Líder da legenda reclama de "sangria desatada" na Pasta e fica inconformado por não ser atendido por ministra
Brasília. A demissão de 15 pessoas do Ministério dos Transportes e de órgãos ligados à Pasta irritou a cúpula do PR, que procurou a presidente Dilma Rousseff (PT-RS) e os petistas para avisar que "estão brincando com fogo".
Líderes do PR chegaram a admitir publicamente a ideia de aderir a um pedido de convocação do ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, caso seja apresentado no Congresso. Apesar de ser da legenda, o partido não o queria no cargo.
"Ninguém pode ser blindado neste momento. Se parlamentares quiserem ouvir quaisquer nomes, o PR engrossará fileiras", afirmou o líder do PR na Câmara, Lincoln Portela (MG), ao ser questionado sobre Passos.
Portela procurou a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti (PT-SC), para protestar, mas não foi atendido por ela, que alegou que sua agenda estava lotada. O deputado desabafou mesmo com o líder do PT na Câmara, Paulo Teixeira (SP).
O líder do PR reclamou que até mesmo as demissões dos que não foram indicados pela legenda estavam "caindo nas costas do partido".
Portela se queixou do ritmo de exonerações - "sangria desatada"- e afirmou que o governo estava prejudicando o PR.
Luciano Castro (PR-RR), vice-líder do governo na Câmara, disse que o rito de demissão dá a entender "que o governo quer criar fatos políticos diários às custas do PR".
De acordo com integrantes do PR, o ex-ministro Alfredo Nascimento (AM) também tem manifestado sua contrariedade e ameaça fazer um discurso no Senado no fim do recesso parlamentar, quando assumirá uma cadeira na Casa.
Novos processos
A Controladoria-Geral da União (CGU) anunciou, ontem, a abertura de mais quatro processos administrativos disciplinares para investigar denúncias de superfaturamento no Ministério dos Transportes e órgãos ligados. Já chega a sete o número de sindicâncias abertas na CGU.
Segundo o órgão, antes do surgimento de denúncias contra a pasta dos Transportes, a CGU já coordenava 18 sindicâncias envolvendo a área.
Os novos processos investigam os funcionários demitidos do Dnit João Henrique Sadok, Luiz Prosel, Marcelino Santos Rosa e Cláudio Varejão.
Fonte.; Diário do Nordester
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