As principais fontes históricas que temos sobre São José são os Evangelhos, principalmente os primeiros capítulos de Mateus e Lucas. Existe ainda a literatura apócrifa, narrando muitos detalhes da vida do Santo Patriarca. Mas o que sabemos de José, o pai adotivo de Jesus, é fundamentalmente o que está na Bíblia.
O que sabemos sobre São José?
Sabemos que era um carpinteiro, um trabalhador, portanto. Em Mateus 13,55 se indaga: Não é este o filho do carpinteiro?
Era um homem pobre, posto que, quando levou Jesus ao templo para ser circuncidado e a Maria para ser purificada, ofereceu o sacrifício de duas rolinhas em vez de um cordeiro, conforme Lucas 2,22-24. Mesmo assim, José provinha de linhagem real, descendente que era do maior rei que Israel já teve. O próprio anjo que fez o anúncio do milagre da Encarnação o chamou de filho de Davi.
Sabemos que José foi um homem compassivo e carinhoso. Quando ele soube que Maria estava grávida após estarem a se casar, ele soube que a criança não era dele, mas desconhecia até então que a mulher estava carregando em seu ventre o Filho de Deus. Ele planejou separar-se de Maria de acordo com a lei, mas temeu pela segurança e sofrimento dela e do bebê. Ele sabia que as mulheres acusadas de adultério poderiam ser apedrejadas até a morte, então ele decidiu deixá-la silenciosamente e não expor Maria a vergonha ou crueldade (Mt 1, 19-25).
Sabemos que José foi um homem de fé, obediente a tudo o que Deus pedisse a ele sem preocupar-se com os resultados. Quando o anjo apareceu a José em um sonho e contou-lhe a verdade sobre a criança que Maria estava carregando, José imediatamente e sem questionar preocupar-se com fofocas, tomou-a como esposa. Quando o anjo reapareceu para dizer-lhe que sua família estava em perigo, ele imediatamente deixou tudo o que possuía, todos os seus parentes e amigos, e escapou para um país estranho, desconhecido, com sua jovem esposa e o bebê. Ele aguardou no Egito sem questionar até que o anjo lhe dissesse que já era seguro retornar (Mt 2, 13-23).
Toda vida de São José foi de fé e obediência a Deus. Como ele não aparece em nenhum momento da vida pública de Jesus, os historiadores admitem que José já havia morrido. Presume-se também que ele tenha morrido nos braços de Maria e na companhia de Jesus, daí o título que lhe foi conferido protetor da boa morte, além de outros como patrono universal da Igreja, dos carpinteiros, dos pais e da justiça social.
A Devoção do Povo
A Patrística ensina que São José teve culto no Oriente desde o século V, enquanto que no Ocidente seu nome ganhou relevo em fins do século VII e princípios do IX. Sua festa recomendada, assim como seu ofício, a Igreja Latina, pelos Papas Pio V, Urbano VII e Gregório X. Pio IX, em 1870, clamou-o patrono da Igreja Universal, e seu culto mereceu uma encíclica de Leão XIII, em 1889. Como seu dia 19 de Março, é véspera do solstício, pertence a cultura popular, sendo um dos pontos de referência para previsão do inverno. Se chove no mês de São José, o inverno é quase certo.
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