sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Poluição do ar pode aumentar risco de ataque cardíaco


Prejuízos à saúde: exposição à poluição do ar pode aumentar os riscos de ataque cardíaco
Prejuízos à saúde: exposição à poluição do ar pode aumentar os riscos de ataque cardíaco (Thinkstock)
A poluição do ar aumenta o risco de ataque cardíaco em pacientes que já sofrem de males do coração. É o que mostra uma pesquisa publicada na versão on-line do periódico médico British Medical Journal. De acordo com o estudo, as primeiras seis horas de exposição à poluição são marcadas pela evolução do risco de infarto em pacientes que já estavam propensos a sofrê-lo - já que a sujeira do ar funciona como um "acelerador" da evolução dos problemas cardíacos. As causas para esse aumento, no entanto, ainda não foram estabelecidas.
Dada a natureza transitória da elevação dos riscos, os pesquisadores especulam que o ataque cardíaco poderia ter acontecido de qualquer maneira, e foi apenas adiantado em algumas horas – um efeito da poluição conhecido como deslocamento (ou colheita) em curto prazo. Enquanto pesquisas estabelecidas concluíram que altos níveis de poluição estão associados a morte prematura por doenças cardíacas, a relação com um aumento nos riscos de ataque cardíaco ainda permanecia obscura.
Levantamento de dados - Durante a pequisa, Krishnan Bhaskaran, epidemiologista da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, e sua equipe revisaram 79.288 casos de ataque cardíaco, de 2003 a 2006, e a exposição de cada pessoa, de hora em hora, aos níveis de poluição atmosférica.
Os autores usaram o padrão UK National Air Quality Archive para investigar os níveis de poluentes específicos na atmosfera. Isso incluía partículas poluentes (PM10), monóxido de carbono (CO), dióxido de nitrogênio (NO2), dióxido de enxofre (SO2) e ozônio. Altos níveis de PM10 e NO2 são marcadores de poluição causada pelo tráfego, de acordo com Bhaskaran.
Dado que os autores não encontraram um aumento líquido no risco de ataque cardíaco durante um período de tempo mais longo, eles argumentam que pode haver “um potencial limitado para reduzir a carga global de infarto do miocárdio apenas pela redução da poluição. Mas isso não deve comprometer ações para controle da poluição do ar, que tem associação com um viés mais amplo da saúde, como mortalidade geral, respiratória e cardiovascular”.
Em um editorial que acompanha a pesquisa, Richard Edward e Simon Hales, da Universidade de Otago, na Nova Zelândia, afirmam que, apesar da força do estudo, é possível que o verdadeiro efeito não tenha sido totalmente esclarecido - tanto pela utilização de medidas imprecisas quando pelo poder estatístico inadequado. “Considerando-se outras evidências de que a exposição à poluição aumenta a mortalidade em geral e a morbidade, o controle rigoroso dos níveis de poluentes deve permanecer forte

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